Entenda por que a obesidade é uma doença e não apenas sobrepeso

A obesidade é uma doença multifatorial que afeta cerca de 60% dos adultos no Brasil, trazendo impactos significativos no sistema de saúde e na sociedade, como redução da qualidade de vida, perda de produtividade e estigmas sociais. 
Revela Revista

De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade vai muito além dos números da balança. A obesidade é uma doença complexa, de origem multifatorial: existem diversas causas envolvidas no seu surgimento, que são de natureza individual, coletiva, social, econômica, cultural e ambiental. Isso significa dizer que a condição de obesidade não está relacionada apenas a atitudes e comportamentos individuais.

Entre os impactos sociais, destacam-se a redução da qualidade de vida, a perda de produtividade, a mortalidade precoce e as dificuldades nas interações sociais. Especificamente, isso inclui os estigmas enfrentados por pessoas com obesidade, como preconceito, bullying e discriminação. Essas atitudes afetam os relacionamentos e comprometem o bem-estar emocional das pessoas com excesso de peso.

A obesidade é um fator de risco para diversas doenças, como doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e certos tipos de câncer. O estigma social associado ao problema pode gerar estereótipos e discriminação. Nesse contexto, torna-se evidente o impacto que a obesidade tem não apenas na saúde física, mas também nos aspectos sociais. Além disso, a obesidade pode causar depressão devido à condição física e, consequentemente, ao suicídio. 

Segundo publicação de Jéssica Balbino ao site Estado de Minas, a gordofobia contribui para os altos índices de suicídio em pessoas gordas: cerca de 30% dos pacientes que buscam tratamento para emagrecer têm depressão. Jéssica já viveu na pele a gordofobia e relata o que já passou: "Seu corpo é um exagero." Essa foi a frase que ouvi da minha antiga psicanalista e que ressoa, até hoje (quase dois anos depois), de diversas formas. Haja divã, um novo analista e trabalho para elaborar as formas como a gordofobia nos atravessa, inclusive onde deveríamos nos sentir mais acolhidos: no consultório, sob transferência analítica, com quem temos um acordo firmado." Jéssica afirma que a gordofobia não vai fazer com que as pessoas gordas tenham vontade de serem magras, mas sim causar traumas e outras comorbidades ainda mais severas do que a gordura no corpo pode provocar. 


                                           Jéssica Balbino (foto: Estado de Minas)
                                          

Outra questão a considerar é o custo financeiro da obesidade, representando uma parte considerada da economia do Brasil, cujo está atrelado ao tratamento como medicamentos, exames e cirurgias.

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Para combater a obesidade, é fundamental investir na prevenção, promovendo alimentação saudável e atividade física. Ferramentas como o Guia Alimentar, tributação de ultraprocessados ​​e restrição de publicidade são importantes, assim como a criação de infraestrutura urbana que incentiva a prática de exercícios. Essas medidas podem gerar economia de recursos e melhorar a qualidade de vida da população.

Por Redação Revela Revista

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